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Próxima geração de motos “verdes” é destaque do Salão de Tóquio

02/12/2011 - 11:25 - TEXTO: Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO de Tóquio, Japão - FOTOS: Arthur Caldeira* / Agência INFOMOTO
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Como já é tradição, o Salão de Tóquio, no Japão, oferece aos visitantes uma amostra do que pode ser o futuro das motos ecologicamente corretas. Apostando mais em modelos elétricos e conceituais do que propriamente em lançamentos, a 42ª edição do Tokyo Motor Show abre as portas para o público neste sábado, 3 de dezembro, no moderno Centro de Exposições Tokyo Big Sight, na baía da capital japonesa, propondo motos e automóveis mais “limpos” e futuristas.

A fabricante de motos e automóveis Honda, com o maior estande entre as empresas que atuam também no setor de duas rodas, mostra com seu conceito Moto Compo EV que a integração entre carro e moto pode ser uma opção para a mobilidade no futuro. Equipado com uma bateria elétrica, que pode ser retirada e utilizada para alimentar outros aparelhos, o scooter Moto Compo EV tem menos de um metro de comprimento (930 mm) e pode ser dobrado e encaixado no conceito Micro Commuter, um pequeno carro elétrico para uma pessoa.

Já o original E-Canopy busca unir a praticidade do Gyro, um triciclo já produzido em série pela montadora, com o funcionamento silencioso e limpo de um veículo elétrico. Dotado de um teto, o E-Canopy é visto pelos projetistas da montadora como uma excelente alternativa para a entrega de encomendas, uma vez que não emite poluentes e também nenhum ruído, sendo duplamente “correto”.

Mas sem querer abandonar o que denomina de “Fun to Ride”, ou seja, diversão ao pilotar, a gigante japonesa apresentou ainda um protótipo de superesportiva elétrica, a RC-E. Inspirada nas clássicas RC, as motos de competição da marca, o modelo esportivo tem as dimensões de uma moto de 250cc. Se por um lado abre mão do motor convencional a combustão interna, a RC-E não economiza na parte ciclística. A Honda a equipou com garfo telescópico invertido na dianteira e suspensão monoamortecida na traseira, ambas da marca Öhlins, e freios a disco da grife italiana Brembo.

Apesar de viáveis do ponto de vista da engenharia, os modelos de duas rodas elétricos da Honda ainda estão distantes das ruas e, principalmente do Brasil. Em entrevista exclusiva aos jornalistas brasileiros, o presidente mundial Takanobu Ito afirmou que, por enquanto, a empresa pretende investir em motos bicombustíveis em nosso país. “Nossa tecnologia flex ainda pode evoluir muito em termos de desempenho”, afirmou Ito, dando pistas de que modelos de maior cilindrada podem receber o sistema Flex. Atualmente, apenas modelos de 150cc podem rodar com álcool e gasolina.

Mais integração

No estande da Yamaha, outros quatro modelos conceitos. Dois deles elétricos. A compacta bicicleta Paswith assistida por um motor elétrico também é facilmente dobrável. O presidente mundial da marca, Hiroyuki Yanagi, sugeriu que o modelo poderia ser facilmente acomodado no porta malas de um Lexus, marca de luxo pertencente à Toyota, com quem a Yamaha tem parceria no desenvolvimento de alguns motores.

Já a EC-MIU propõe ser um triciclo elétrico fácil de pilotar até mesmo por quem nunca andou de moto. Com desempenho semelhante aos scooters de 50cc, o EC-MIU foi projetado pensando nas mulheres, já que o desenho do banco permite que seja pilotado até de saia. Afinal, no Japão diferentemente do Brasil, as motos e scooters são vistos como alternativas viáveis e possíveis para o trânsito carregado dos grandes centros.

As outras duas novidades da Yamaha, entretanto, traziam motores de combustão interna, mas com um desenho de vanguarda. A YS125 Moegi faz uma releitura das linhas da primeira motocicleta fabricada pela marca, a YA1, mas com linhas mais leves que chegam a lembrar uma bicicleta. Equipada como motor de refrigeração a ar e 125cc, a Moegi é uma elegante motocicleta retrô.

Já a XTW 250 Ryoku de 250cc pretende ser uma boa companheira de aventuras. Além de trazer pneus off-road do tipo “balão”, conta com um grande bagageiro para se carregar barraca e saco de dormir. Além disso, traz uma bateria de íon-lítio e luzes em LED removíveis para auxiliar os aventureiros.

Pequenas distâncias

Reforçando seu compromisso com a diminuição da emissão de poluentes, a Suzuki resolveu apostar no slogan “Small cars for a big future” (carros pequenos para um grande futuro). Também fabricante de automóveis revelou o Swift EV Hybrid com motor elétrico e a gás que atenderia aos anseios dos proprietários do modelo e sem poluir, uma vez que pesquisas revelaram que os Swift a gasolina rodam em média de 20 a 30 km/l no Japão.

Como alternativa, a Suzuki apresentou o scooter Let´s, que tem motor elétrico na roda traseira com sistema regenerativo de energia nos freios. A bateria teria autonomia para cerca de 30 km. Exibiu ainda o Burgman Fuel Cell, com célula de combustível alimentada por hidrogênio e que emite nada mais do que água. Apesar de não ser exatamente uma novidade, já que esteve no Tokyo Motor Show de 2009, tem sido utilizado experimentalmente na Inglaterra e no Japão e recebeu a aprovação para ser produzido e comercializado em toda a Europa.

Ausente da lista e mesmo estando em casa, a Kawasaki decepcionou. Além de promover sua coletiva de imprensa para os jornalistas em japonês e sem tradução simultânea, a fábrica de Akashi não mostrou nenhum conceito sustentável e exibiu em seu pequeno estande somente os modelos convencionais, que são novidade para o público japonês, como a ZX-14R e a Versys 1000, anteriormente apresentada em Milão. Marcas de menor expressão, como a Adiva e a Kymco, exibiram modelos elétricos sem grandes novidades e muito menos especificações técnicas.

* O jornalista Arthur Caldeira viajou a convite da Honda

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