Produção de motos cai 9,5% no primeiro semestre de 2015

Entre janeiro e junho deste ano, as fábricas de motocicletas produziram 699.461 unidades, um recuo de 9,5% em comparação ao mesmo período de 2014, quando 772.943 veículos de duas rodas deixaram as linhas de produção. Os dados, divulgados pela Abraciclo (associação dos fabricantes de motos e bicicletas), ficaram abaixo da expectativa do setor para 2015. “Se os números do primeiro semestre se mantiverem, seremos obrigados a rever nossas projeções”, alerta o presidente da Associação, Marcos Fermanian.

No início do ano, a Abraciclo já previa um ano ruim para as motos – assim como em outros setores da economia. O setor projetava a produção de 1.415.000 motocicletas até dezembro, o que já representaria uma queda de 6,8% em comparação ao ano passado, mas os resultados até junho foram ainda piores do que o esperado. “A indefinição sobre quais medidas serão tomadas para o ajuste fiscal e as incertezas macroeconômicas geram uma preocupação no consumidor que, neste momento, não quer assumir parcelas futuras”, explica Fermanian. 

Entretanto, a Abraciclo ainda mantém sua projeção inicial. Segundo o presidente da associação, o segundo semestre costuma ser, historicamente, melhor para o setor de duas rodas. Este ano ainda acontecerá o Salão Duas Rodas em outubro, São Paulo, que sempre traz diversos lançamentos e ajuda a alavancar as vendas.

Queda generalizada, menos nos scooters

O segmento mais atingido pela crise em 2015 tem sido o de motos médias (entre 161 e 449 cm³) que caiu 16,9% neste ano – de 63.877 unidades emplacadas nos primeiro semestre de 2014 para 53.053 neste ano. As pequenas (até 160 cm³) também recuaram: de 626.179 em 2014 para 562.425 neste ano, uma queda de 10,2%.

Porém, o delicado momento político e as incertezas econômicas derrubaram as vendas do segmento premium, de motos acima de 450 cm³. As vendas caíram de 27.562 entre janeiro e junho do ano passado para 26.222 no mesmo período de 2015, um recuo de 4,9%. “Embora seja menor, era um segmento que vinha crescendo nos últimos anos”, analisa Marcos Fermanian.

O único segmento que segue bem em meio à crise é o de scooters. As vendas no varejo passaram de 17.661 unidades em 2014 para 20.448 até agora em 2015: um aumento de 15,8%. O aumento da popularidade desse tipo de veículo, predominantemente urbano e fácil de pilotar, fez com que o Honda PCX 150 assumisse a 10ª colocação no ranking das motos mais vendidas neste ano com 12.137. A Honda CG 150 lidera sem surpresa com 174.904 unidades emplacadas até agora.