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Depois do desempenho fraco da primeira metade do ano, a Anfavea espera aumento do ritmo das fábricas nos próximos meses. “O resultado de agosto já deve ser positivo”, aposta Cledorvino Belini, presidente da organização. Para ele, o principal indício de que a situação vai mudar é a redução dos estoques de 43 dias em maio para 29 dias em junho, com 342 mil unidades armazenadas nas fábricas e rede de distribuição. A diminuição foi impulsionada pela redução do IPI para veículos, anunciada pelo governo no fim de maio.
O executivo também destaca que, apesar da queda na produção total do mês, houve aceleração se considerados os volumes diários. A média de maio, que teve 22 dias úteis, foi de 12,7 mil veículos/dia. Em junho, que teve 20 dias úteis, esse número avançou 7,2%, para 13,6 mil unidades. O tombo no total fabricado no País alcançou pico em fevereiro, com redução de 19,6% na comparação com os dois primeiros meses do ano passado. Desde então o setor apresenta leve recuperação a cada mês.
O segmento de caminhões foi o principal responsável pela baixa do semestre, com diminuição de 39,8%, para 62,9 mil unidades produzidas. As fabricantes de ônibus também apresentaram desempenho negativo, com queda de 30,1% para 15,8 mil unidades. Um dos principais fatores para as quedas é o início do Proconve P7, ou Euro 5, nova legislação de emissões para veículos comerciais que entrou em vigor em janeiro deste ano. Como os modelos Euro 3, com a tecnologia anterior, podiam ser vendidos à rede de concessionárias até o fim de março, muitas montadoras viraram o ano com estoque elevado.
A fabricação de automóveis e comerciais leves sofreu queda menos expressiva, de 7,1% no semestre, para 1,55 milhão de unidades nos primeiros seis meses do ano. A produção de automóveis diminuiu 5%, para 1,21 milhão carros. Já a de comerciais leves caiu 16%, para 258 mil veículos.
Projeção incerta
A Anfavea não refez as projeções de desempenho para o ano e também não confirmou que mantém a expectativa anterior. Até o mês passado, a empresa apostava em aumento de 2% na produção de veículos na comparação com 2011, para 3,47 milhões de unidades. Depois do saldo negativo do primeiro semestre, a projeção soa ambiciosa. Para que o número seja alcançado, as montadoras precisão fabricar mais de 320 mil unidades por mês até o fim do ano, volume poucas vezes superado.
Mesmo sem sustentar a meta, Belini mantém a expectativa de que o resultado será positivo. “Os fornecedores já percebem aumento dos pedidos”, afirma. Ele reconhece, no entando, que a situação não é a mesma para os segmentos de caminhões e ônibus.
Empregos em alta
Entre maio e junho, foram contratadas 1,9 mil pessoas nas montadoras de veículos, para um total de 146,9 mil trabalhadores no setor. A Anfavea avalia que a tendência é que esse nível se mantenha ou cresça nos próximos meses. “Algumas empresas estão realocando a mão de obra de uma fábrica para a outra, mas não há redução do número absoluto de funcionários”, defende Belini.
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