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Produção por consórcio modular

29/05/2013 - 15:55 - Tarcisio Dias
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Para muitos o universo na fabricação de um automóvel diretamente em sua linha de produção além de envolver muitos colaboradores e processos de administração de ferramentas, pode consistir de um ambiente antigo e desorganizado. Já imaginou então como seria a fabricação de um caminhão?

Essa imagem está cada vez mais distante dos processos atuais. Inovação combinando com eficiência revelam novas formas de gestão, característica que sempre acompanhou a indústria automobilística em todo o mundo, responsável pelas principais mudanças na forma de organizar a produção e o trabalho.

Como exemplos as inovações introduzidas por Henry Ford com a produção em massa, a criação de grandes corporações industriais verticalizadas na General Motors, a produção enxuta desenvolvida na Toyota, os Grupos Semiautônomos implementados na Volvo e, mais recentemente, o Consórcio Modular implementado na fábrica da Volkswagen em Resende, Rio de Janeiro, que aplica uma forma radical de outsourcing (mão-de-obra terceirizada), constituindo-se na transferência de diversas atividades, que antes faziam parte das atribuições da empresa, entre esta e seus fornecedores.

Mais do que um projeto inovador em termos de tecnologia e de respeito ao colaborador e ao meio-ambiente, a gestão funciona da seguinte forma: sete parceiros fazem a montagem de conjuntos completos de peças. São eles a Maxion (que cuida da montagem do chassi), a Arvin Meritor (eixos e suspensão), a Remon (rodas e pneus), a Powertrain (motores), a AKC (armação da cabine), a Carese (pintura) e a Continental (acabamento da cabine). O controle de qualidade do produto é de total responsabilidade da MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen.

O Consórcio Modular busca redução nos custos de produção, investimento, estoques, tempo de produção e, principalmente, agilidade na produção de veículos diferenciados.

Os parceiros não participam do lucro final dos produtos. Eles continuam sendo fornecedores, com a grande diferença de também montar as peças que vendem. Na fábrica, compartilham com a Volkswagen toda a infraestrutura, o que inclui o restaurante e o ambulatório.

A estratégia aumenta a produtividade e torna a montagem mais eficiente e flexível. Além disso, ao compartilhar a produção com os parceiros, a empresa consegue se concentrar mais em outros aspectos de seu negócio, como a logística, as estratégias de marketing, o atendimento ao consumidor e, em especial, o desenvolvimento de novos produtos.

A modularização da produção acarretou mudança do foco das empresas e por conseguinte em toda a cadeia produtiva. Na indústria automobilística primeiramente as montadoras focalizavam a montagem, com o surgimento do Fordismo. Depois surgiu a terceirização na General Motors. E hoje as empresas estão focando seus negócios no projeto, qualidade, distribuição e comercialização de seus produtos, confiando a montagem à outra empresa em um elo de parceria.

Como a indústria automobilística foi sempre referência em termos de modelo de produção no mundo, espera-se que os demais setores industriais sigam a mesma tendência de modularização, surgindo assim um novo sistema de produtos sem fábricas, ancorados em suas marcas. O sucesso desse sistema de gestão poderá no futuro tornar-se um novo paradigma do modelo de organização.

Tarcisio Dias – Profissional e Técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecatrônico e Radialista, é gerente de conteúdo do Portal Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) e desenvolve a Coleção AutoMecânica.

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