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PSA foca em serviços de mobilidade

01/10/2016 - 18:31 - Automotive Business
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Três dias antes da abertura do Salão de Paris ao público, o Grupo PSA anunciou na quarta-feira, 28, uma série de iniciativas que passam ao largo dos lançamentos sempre presentes nesses eventos. O objetivo é transformar a empresa em um fornecedor de serviços de mobilidade, incluindo o compartilhamento de veículos de qualquer marca além das três que pertencem à companhia francesa (Peugeot, Citroën e DS). Para isso a PSA criou uma unidade de negócios exclusiva e lançou a marca (e aplicativo) Free2Move, que reunirá todas as soluções de transporte que já são ou passarão a ser oferecidas pela fabricante de carros, que quer se adaptar às novas tendências para garantir seu futuro. 

Carlos Tavares, presidente do Grupo PSA, afirmou que essas iniciativas fazem parte integral do novo plano estratégico “Push to Pass”, lançado este ano para cobrir o horizonte até 2021, após a empresa ter recolocado seu balanço no azul. “Nosso plano foi pensado para nos levar da rentabilidade recuperada ao desenvolvimento sustentável, baseado em dois pilares: ser o fabricante de carros altamente eficientes e também um fornecedor de mobilidade”, disse Tavares ao anunciar a nova marca de serviços na sede da companhia em Paris, França. 

A PSA está colocando em prática um conjunto de ações para ganhar terreno em um novo ambiente de negócios, especialmente nos países desenvolvidos da Europa, América do Norte e Japão, onde a propriedade de veículos está em baixa e o compartilhamento está em alta. Nesse sentido, a companhia está comprando participações societárias e costurando parcerias com outras em um ecossistema que envolve 15 empresas até o momento. Para as aquisições de cotas, separou € 100 milhões que já começaram a ser investidos. 

“Temos de reconhecer que um carro não é um bom investimento, tendo em vista que pode ficar parado, sem uso, por 90% do tempo. O fato é que a propriedade desse bem está perdendo apelo e o uso compartilhado parece mais racional e está aumentando. Sinceramente, não sei ainda exatamente como será isso no futuro, mas tenho obrigação de preparar a companhia para essas tendências”, avalia Tavares. 

Aquisições e parcerias

Ao mesmo tempo em que lançou sua marca de serviços de mobilidade, a PSA anunciou também na quarta-feira a aquisição de participação na canadense Communauto, que criou um sistema de compartilhamento de carros já implantado em sete cidades do Canadá e também em Paris. O negócio é feito em conjunto com o banco MKB, também canadense especializado em investimentos em energia renovável e serviços de infraestrutura urbana. “Com isso vamos retornar à América do Norte, de onde saímos em 1990. Primeiro, começamos com a oferta de serviços, depois estudamos se é viável voltar a vender automóveis lá”, afirmou Tavares. A intenção é expandir as operações da Communauto para outros países e construir um modelo internacional de compartilhamento de carros rentável e inovador. 

Com algumas iniciativas já em funcionamento em cidades europeias, o modelo de compartilhamento precisa de carros e pessoas com seus celulares conectados à internet para funcionar. Em um exemplo possível, o dono de um veículo estaciona após o uso, e por meio de aplicativo no smartphone, pode colocar seu automóvel para aluguel durante certo período. Quem precisa se locomover entra no sistema e acha o carro mais próximo, é informado sobre a placa e local, desbloqueia o veículo com um cartão ou pelo próprio telefone e sai guiando. O aluguel também pode ser contratado de frotas específicas – a PSA vai colocar suas locadoras das três marcas nesse sistema. 

Na mesma data a PSA informou que vai ampliar sua colaboração com o grupo Bolloré, que opera dessa forma frotas compartilhadas de pequenos carros elétricos na França. Parte deles são modelos Citroën C-Zéro operando no sistema Bluely, de Lyon, que em novembro terá mais 40 veículos fornecidos pelo fabricante francês; e Bluecub, de Bordeaux, que ganhará mais 20 unidades movidas a eletricidade. 

Outra iniciativa anunciada foi a associação com a Masternaut, segundo maior fornecedor de serviços de telemetria da Europa. Com isso a plataforma de telemática e geolocalização da Masternaut será oferecida para operadores de frotas corporativas em todos os veículos do Grupo PSA com o programa Connect Fleet Management, mas também pode ser utilizada em carros de outras marcas. 

As novas participações e parcerias vêm na sequência de outras já anunciadas recentemente, como a aquisição de parte da Koolicar e TravelCar, especializadas em aluguel de carros pessoa-a-pessoa, em que o dono pode alugar enquanto não estiver usando e, por meio de acordo com o Banque PSA Finance, recebe desconto no pagamento das parcelas do financiamento ou, se já estiver quitado, ganha a remuneração pelo aluguel. O grupo PSA também fez parcerias com a IBM, como parte do projeto Smarter Cities já em desenvolvimento em Nice, França, e Wallonia, Bélgica; além de desenvolver com a TomTom Telematics serviços de gerenciamento conectado de frotas. 

Tavares explica que a ideia é oferecer mobilidade com carros de todos os tipos e marcas, mas, obviamente, a PSA prepara uma vasta gama de produtos para atender esses clientes. “Não está claro ainda que tipo de segmentação o compartilhamento terá, mas está dentro do nosso plano estratégico a oferta de todos os tipos, elétricos, híbridos, a gasolina e a diesel”, afirma. A partir de 2019 a PSA lançará carros que terão os três tipos de propulsão oferecidos em um mesmo modelo, com o mesmo design. Entre 2019 e 2021 o plano é lançar quatro elétricos com autonomia de 450 km e recargas rápidas de 80% das baterias em 30 minutos, mais sete novos híbridos plug-in (recarregáveis na tomada) com motor a gasolina, que podem rodar nas cidades até 60 km em modo elétrico, sem emissões.

Brasil

Segundo Tavares, o Free2Move faz parte da estratégia mundial da companhia e não há nenhuma restrição em adotar a oferta de serviços de mobilidade também no Brasil. “É uma oportunidade interessante, tendo em vista a grande penetração de telefones celulares no País, que podem rodar os aplicativos de compartilhamento”, diz o executivo. Mas ele explica que essa será uma decisão da gestão local da companhia. “Se o Carlos Gomes (presidente da PSA América Latina) decidir que é possível adotar esse sistema lá daremos todo o nosso apoio”, acrescentou. 

Não será tão fácil. Ainda será necessário aprovar a regulamentação de como isso tudo funcionará no Brasil, levando em consideração questões de segurança, seguro, responsabilidade sobre multas e proteção de informações que vão circular no sistema. “Essa é uma questão que já está em discussão na Anfavea (associação brasileira dos fabricantes) com o governo”, revela Fabrício Biondo, diretor de comunicação, marketing e produto da PSA América Latina. “Já temos nosso projeto de conectividade em andamento. Já oferecemos aplicativos com funções de telemetria, com conexão via celular. Em uma segunda etapa vamos conectar o carro à rede, o que é fundamental para fazer funcionar os sistemas de compartilhamento e oferta de serviços”, explica. 

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