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“O mercado de motopeças tem se mostrado valente, apesar de tudo”, afirma Orlando Leone, presidente da Anfamoto, associação nacional que reúne fabricantes e atacadistas de motopeças, reiterando ainda que o Salão espera aquecer o setor em 20%, mesmo com declínio nas vendas de motos novas. A estimativa de crescimento apontada pelo executivo não é uma utopia. Afinal, em 2012, o volume de negócios gerado pelo Salão foi de 30%, e as vendas naquele ano foram de 1.637.481 motocicletas emplacadas.
Levando em consideração esse número e a frota de quase 22 milhões de motocicletas circulando pelo País, segundo a Abraciclo, associação das montadoras do segmento, há certa tranquilidade entre as empresas que compõem o mercado de reposição, o chamado aftermarket. “Para nós ainda não caiu. A crise ainda não chegou”, comenta Rodrigo Gonçalves da Vedamotors, empresa que fornece peças como juntas, borrachas e kits de guarnição de carburador para modelos de diversas cilindradas. Segundo ele, a empresa estima crescimento de 23,8% em 2014.
O mesmo acontece no mercado de pneus. “O mercado não sofre tanto, não acompanha o drama da montadora”, comenta Sergio Pannain, gerente de produto da Levorin referindo-se ao mercado de reposição. A empresa, inclusive, lança no evento duas novas medidas de pneus, sendo uma delas o Matrix 100/90-18, para ser montado na roda traseira de modelos on-road com até 150cc, faixa a qual, de acordo com a Abraciclo corresponde a 85% das motos do mercado.
Preocupação a longo prazo
Embora a queda das vendas de motos zero em 2014 ainda não tenha atingido o aftermarket por conta dos bons números em anos anteriores, a preocupação a longo prazo existe. Principalmente por conta da alta carga tributária. “O governo teria que reduzir a carga tributária, acabar com a guerra fiscal entre os estados, dar passos mais largos rumo à desoneração da indústria”, afirma o executivo.
A diferença no valor dos impostos entre as regiões do Brasil acaba restringindo o raio de atuação das empresas e, por consequência, seu crescimento. “A mudança de ICMS para cada Estado, acaba fazendo com que a empresa fique presa no seu”, comenta Eduardo Pasqualini, do marketing da Vedamotors.
Outros esforços da entidade em prol das empresas nacionais incluem a criação do Anfaqual, o programa de qualidade conduzido pela Anfamoto. Segundo Leone, o selo deverá ser um forte argumento de venda para os produtos fornecidos pelos membros da associação, já que atualmente, o mercado brasileiro conta com muita participação de fabricantes de peças asiáticos, que se destacam por conta do baixo preço final ao consumidor.
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