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A empresa e o sindicato devem voltar a se reunir ao longo da semana em busca de solução para o impasse. “Nosso foco, em primeiro lugar, é a recontratação dos trabalhadores. Não vamos iniciar um debate e construir proposta enquanto a empresa não aceitar reverter as 800 demissões”, enfatizou o secretário–geral do sindicato, Wagner Santana.
A montadora disse que está aberta ao diálogo e busca uma solução que garanta a sustentabilidade financeira da unidade de São Bernardo. “Sempre aberta ao diálogo e na busca de uma solução balanceada, a companhia confirma que retomou na terça-feira, 13, as reuniões com a entidade que representa os trabalhadores com vistas a estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a unidade Anchieta”, informa a nota divulgada na manhã desta quarta-feira.
No total, a fábrica emprega 13 mil funcionários. Desde o ano passado, a Volkswagen, assim como outras montadoras, adota medidas como férias coletivas e suspensão temporária de contrato de trabalho – layoff – na fábrica. Segundo a Volkswagen, o cenário de retração da indústria automobilística no País nos últimos dois anos e o aumento da concorrência impactaram os resultados da empresa.
Intervenção
Na terça-feira, 13, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, se reuniu com o sindicato dos metalúrgicos e com representante da Volkswagen para discutir as demissões na região do ABC paulista. Apesar de acompanhar a situação, o governo acredita em uma negociação direta entre trabalhadores e empresas e não trabalha com o cenário de que o problema se amplie para outros setores.
Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Rossetto, que assumiu o cargo na semana passada, prometeu continuar o trabalho de construir uma “agenda permanente de diálogo com a sociedade” sobre as propostas e reformas pretendidas pelo governo. Uma primeira reunião com as centrais sindicais também está marcada para as próximas semanas com o objetivo de esclarecê-las sobre as medidas do governo para alterar o acesso a benefícios previdenciários e a auxílios trabalhistas.
Após a demissão de 800 metalúrgicos da Volkswagen, 7 mil metalúrgicos promoveram manifestações no início desta semana, que interditou trechos das rodovias Anchieta e Imigrantes, em São Paulo. De acordo com o ministro, o governo acompanha os instrumentos utilizados pelas montadoras devido ao cenário de retração da indústria nos últimos anos. “Não há crise setorial”, destacou Rossetto. Segundo ele, há “situações claramente limitadas” que poderão ser resolvidas entre as próprias partes.
O ministro ressaltou que também é papel da Secretaria-Geral esclarecer e escutar as lideranças do movimento sindical no momento em que foram enviadas duas medidas provisórias ao Congresso Nacional com uma série de mudanças. Entre elas, no seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença, na pensão por morte e seguro defeso. Ele e os ministros Nelson Barbosa (Planejamento, Orçamento e Gestão), Manoel Dias (Trabalho e Emprego) e Carlos Gabas (Previdência Social) explicarão, na próxima semana, o conjunto das medidas.
As centrais darão retorno a Rossetto após reuniões marcadas para esta semana para, então, marcar o encontro. As entidades têm criticado as mudanças dizendo que haverá redução dos benefícios aos trabalhadores. Para solicitar o seguro-desemprego pela primeira vez, por exemplo, o trabalhador precisa ter vínculo com a empresa por pelo menos 18 meses. Antes o prazo era de seis meses. Já o governo alega que serão corrigidas distorções, que os ajustes são necessários e que as medidas não reduzem direitos.
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