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Street Triple: a “hooligan” inglesa veio para a briga

06/09/2013 - 14:33 - Roberto Brandão Filho / Agência INFOMOTO FOTOS: Doni Castilho / Agência INFOMOTO
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As motocicletas inglesas sempre foram ícones em termos de engenharia e design. Felizmente para nós, brasileiros, a Triumph Motorcycles retornou oficialmente ao País em 2012 - depois de dois anos ausente - trazendo na bagagem uma gama de máquinas que povoaram os sonhos de muitos motociclistas. Inserida nessa lista está a Street Triple 675, uma naked de média cilindrada lançada no mercado mundial em 2007, mas que não havia sido comercializada oficialmente por aqui (até agora). Com o tempo, o modelo foi ganhando notoriedade e durante os últimos cinco anos se tornou a moto mais vendida da Triumph na Europa. E não é por menos.

No Brasil, ela só chegou às concessionárias em junho, mas, já se tornou um dos modelos mais procurados e bem quistos da marca também em território nacional, principalmente pelo preço atrativo - R$ 31.900 - e conjunto muito bem acertado. Seu pacote traz freios ABS de série e está disponível em quatro cores – preta, azul, branca e, agora na nova opção, verde. Seu preço a coloca na briga direta pela liderança da categoria – hoje dominada pela Honda CB 600 F Hornet (R$ 34.990,00 com ABS). Suas outras principais rivais são a recém chegada Suzuki GSR 750 (R$ 36.990,00 com ABS) e a Kawasaki Z800 (R$ 38.990,00 com ABS), que mesmo com cilindradas maiores disputam o mesmo nicho. Dessa forma, o valor da naked 675 da Triumph é o mais baixo entre suas concorrentes diretas.

Para o Brasil, menos potência

A Street Triple é equipada com um motor DOHC (duplo comando no cabeçote), tricilíndrico de 675 cm³, 12 válvulas e com arrefecimento líquido. O mesmo que a superesportiva Daytona 675R carrega, mas com algumas alterações internas para melhor se adequar à proposta da moto. Enquanto no exterior o propulsor da Street Triple 675 é capaz de produzir 105 cavalos de potência, aqui no Brasil ela veio um pouco mais “mansa”: são 85,1 cv a 11.200 rpm. Segundo o gerente de vendas da Triumph Brasil, Cláudio Peruchi, a perda na cavalaria se deve a adequação do modelo às normas nacionais de emissões de poluentes e ruídos. Com isso, o sistema de escape também foi alterado.

É comum ouvir dos apreciadores da Honda Hornet que a “Street 675” ficará para trás por conta dos quase 20 cavalos a menos. Mas, em situações comuns, no dia a dia, a “inglesinha” não deixa nada a desejar e, até os 9.000 rpm, encara de frente sua rival como uma verdadeira hooligan. Somente numa pilotagem mais esportiva, em um autódromo, é que, talvez, o condutor sinta a falta da cavalaria na Street Triple.

Em uma pilotagem urbana, a entrega de potência acontece em todas as faixas do motor, desde as mais baixas até o limite do conta-giros. O motor três cilindros é o principal motivo para esse comportamento “flexível” ou elástico, como queiram, pois reúne características dos bicilíndricos e dos tetracilíndricos em linha, ou seja, torque em baixas rotações e potência linear. Além disso, a Street Triple não exige muitas trocas de marchas, o que ajuda o condutor na pilotagem dentro da cidade. Na estrada, a configuração de seu motor auxilia ainda na ultrapassagem: basta girar o acelerador que a naked responde na hora, já que oferece 6.1 kgf.m de torque a 8.300 rpm.

Ciclística e ergonomia

A Street Triple é montada em Manaus (AM) pelo sistema CKD e suas peças são produzidas pela Triumph na Tailândia. O chassi da Street Triple 2013 foi totalmente redesenhado. Agora ele é de dupla trave de alumínio com subquadro fundido em alta pressão. Por ter menos soldas, o conjunto todo ficou mais leve – são 183 kg em ordem de marcha, seis a menos que o modelo anterior. É incrível como ao montar nessa motocicleta, piloto e máquina viram um só. Você “veste” a moto como se ela fosse sua velha companheira, uma conhecida de longa data.

Juntamente com o chassi mais leve, o novo escapamento no esquema 3 em 1 feito em aço inoxidável foi realocado. Saiu debaixo do banco e agora fica na parte lateral direita da moto, num modo mais convencional. O fato contribuiu para a mudança no centro de gravidade, graças a esse reposicionamento do sistema de exaustão. Tudo isso, somado ao conjunto de suspensões – que também recebeu melhorias – deixa-a muito divertida de se pilotar em vias sinuosas. A mudança de direção é rápida e precisa e a capacidade de inclinação nas curvas é esplêndida.

Na dianteira, a nova Street Triple vem equipada com garfos telescópicos invertidos da KYB (antiga Kayaba) com 41 mm de diâmetro e 110 mm de curso. A suspensão traseira é composta por monoamortecedor com 125 mm de curso. Os pneus Pirelli Diablo Rosso Corsa, dignos de motocicletas esportivas, aumentam a estabilidade e garantem uma ótima aderência para a Street Triple 675, o que a deixa ainda mais ágil.

Um dos pontos altos é o sistema de freios, que conta com ABS de série. Na dianteira, discos duplos de 310 mm de diâmetro são mordidos por pinças deslizantes Nissin de dois pistões. Já na traseira, disco simples de 220 mm com pinça Brembo de um pistão. A atuação dos freios é precisa e potente, fazendo com perfeição o trabalho de parar essa máquina.

Conclusão

Com um design agressivo e um comportamento “semi-esportivo”, a Triumph Street Triple 675 veio para conquistar o coração do consumidor brasileiro, que é apaixonado por motos da categoria naked. Sua facilidade de condução transforma a adaptação do piloto a ela uma ação muito natural. Assim, a moto chegou com tudo para brigar com a concorrência, apesar de ter alguns “cavalinhos” a menos. Seu estilo, sua irreverência, seu comportamento, sua exclusividade e, principalmente, seu preço, com certeza vão transformá-la em um case de sucesso de vendas da Triumph no país. Ao que tudo indica, a versão “R” do modelo, mais apimentada, será apresentada durante o Salão Duas Rodas 2013, que acontece em outubro, em São Paulo (SP).

Ficha técnica Triumph Street Triple 675

Motor Arrefecimento líquido, 12 válvulas, DOHC, três cilindros em linha.
Capacidade cúbica 675 cm³
Potência máxima (declarada) 85,1 cv a 11.200 rpm
Torque máximo (declarado) 6,1 kgf.m a 8.300 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Dupla trave de alumínio com subquadro fundido em alta pressão
Suspensão dianteira Garfos KYB invertidos com 110 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor, regulagem em duas vias e curso de 125 mm
Freio dianteiro Disco duplo Nissin de 310 mm de diâmetro (ABS)
Freio traseiro Disco simples Brembo de 220 mm de diâmetro (ABS)
Pneus 120/70-17 (diant.)/ 180/55-17 (tras.) Pirelli Diablo Rosso Corsa
Comprimento 2.055 mm
Largura 740 mm
Altura 1.060 mm
Distância entre-eixos 1.410 mm
Distância do solo Não disponível
Altura do assento 800 mm
Peso em ordem de marcha 183 kg
Peso a seco Não disponível
Tanque de combustível 17,4 litros
Cores Branca, Preta, Azul e Verde
Preço sugerido R$ 31.900,00

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