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Testamos a Bonneville T100, uma moto no melhor estilo “vintage”

25/10/2013 - 08:14 - Roberto Brandão Filho / Agência INFOMOTO - FOTOS: Mário Villescusa e Doni Castilho / Agência INFOMOTO
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O estilo clássico dos anos 60, 70 e 80 está voltando a ser tendência nas passarelas de moda e nas ruas do mundo todo. No universo do motociclismo, há uma máquina em especial que segue essa linha há mais de 50 anos e é capaz de levar quem a pilota de volta aos anos dourados: a britânica Triumph Bonneville T100. Quando foi lançada, em 1959, logo se tornou um ícone, e permanece no line-up da marca até hoje praticamente inalterado – salvo algumas mudanças mecânicas que acompanharam a evolução tecnológica, é claro.

Uma questão constantemente levantada pelos amantes das duas rodas é em qual categoria a Bonneville se encaixa. Muitos dizem se tratar de uma moto custom. Mas, na verdade, ela é uma naked clássica. Ou seja, uma moto com características puristas e ciclística mais próxima às “peladas”. Para o Brasil, a Triumph decidiu trazer a versão T100 da “Bonnie”, modelo “vintage” que segue as linhas exatas da T120 – clássico projeto de 1970. Montada em sistema CKD na planta da marca em Manaus (AM), a moto T100 está disponível no país por R$ 29.900 em duas opções de cores: branco e vermelho, além do tradicional preto e cinza.

Clássica com toques de modernidade

Construída com o espírito das bicilíndricas britânicas, que dominaram as ruas e estradas na década de 1960, a Bonneville T100 que é produzida hoje combina o estilo tradicional e atitude da época, com design, equipamentos e métodos de fabricação atuais. Prova disso são os carburadores “falsos”. Para dar um toque ainda mais retrô na máquina, a Triumph manteve os corpos dos carburadores, mas a motocicleta é equipada com injeção eletrônica multiponto. Os bicos injetores estão nos dutos e ainda existe um afogador para auxiliar as partidas a frio, tudo para levar o piloto a sentir certa saudade das motos carburadas.

Dar a partida na Bonneville T100 é quase uma viagem no tempo. O contato da chave fica do lado esquerdo do farol, exatamente como nos primeiros modelos construídos décadas atrás. O condutor só percebe que está numa moto atual quando, em vez de usar a força do seu corpo e ligar o motor via pedal, ele somente aperta o botão de ignição e pronto. O propulsor bicilíndrico DOHC (duplo comando no cabeçote), de 865 cm³ e arrefecimento a ar, é capaz de gerar 68 cavalos de potência a 7.500 rpm. O propulsor tem um desempenho modesto, mas ideal para a proposta da motocicleta.

Para um bicilíndrico, o motor vibra bem pouco e oferece elasticidade e bastante força já a partir dos 3.000 giros. A Bonneville tem torque para todas as situações, mas prefere trabalhar em médias rotações. Essas características a tornam uma bela companheira para o dia a dia nas grandes cidades, pois não requer muitas trocas de marcha no câmbio de cinco velocidades e garante agilidade em meio ao tráfego pesado. Na estrada, o bicilíndrico da Triumph tem fôlego suficiente para qualquer ultrapassagem, mesmo em subidas de serra. Mas, não espere um desempenho quase esportivo das nakeds comuns do mercado. A “Bonnie” passa dos 120 km/h com facilidade, mas, seu perfil é outro – seu espírito clássico sugere uma moto de passeio, para se rodar tranquilamente pelas estradas e ruas do país.

Ciclística

O quadro da Bonneville é do tipo berço simples construído com tubos de aço que garantem agilidade e permitem mudanças rápidas de direção e estabilidade em alta velocidade. O conjunto de suspensões é composto por garfo convencional Kayaba com 120 mm de curso na dianteira e amortecedores duplos, também Kayaba, com ajuste na pré-carga de mola e 106 mm de curso na traseira. Apesar das especificações espartanas, as suspensões copiam bem as imperfeições do asfalto e tem uma configuração em meio termo – entre a esportividade e o conforto, com uma tendência maior ao segundo.

A posição de pilotagem é bem parecida com motocicletas clássicas antigas, como a Honda CB 400 – fabricada no Brasil na década de 1980 – e a própria Bonneville do passado: urbana e confortável, com um guidão curvado para trás que permite uma posição ereta. O piloto fica acomodado num banco plano e de espuma fina, que cansa um pouco depois de algumas horas sobre a motocicleta, mas mantém o condutor no centro da moto, distribuindo bem o peso. Na hora de encarar estradas sinuosas, percebemos ainda mais a diferença dessa motocicleta inglesa para as outras nakeds mais modernas. A “Bonnie” oferece certa resistência ao entrar nas curvas, mas, uma vez deitada, suas suspensões respondem de maneira ideal e mantém a motocicleta na trajetória correta.

Para uma motocicleta de seu tamanho, a T100 é um tanto pesada: 225 kg em ordem de marcha. Porém, para “aliviar” um pouco a sensação do peso, a Triumph equipou a moto com pneu dianteiro de 19 polegadas e roda raiada, que deixa a naked clássica com a frente mais leve e ágil. Na traseira, roda raiada de 17 polegadas. Os freios, apesar de não contar com o sistema ABS, fazem um bom trabalho. O disco simples dianteiro de 310 mm é mordido por pinça flutuante Nissin de dois pistões e o disco único traseiro de 255 mm, também acionado por pinça flutuante Nissin também de dois pistões.

Concorrentes

Seu visual 100% retrô, exatamente como o modelo de 1970, chama atenção. A Bonneville T100 é ótima opção para quem gosta de estilo e funcionalidade. Ela exalta, acima de tudo, a personalidade “cool” de seu proprietário. Por não ter nenhuma concorrente direta no mercado nacional – é difícil encaixá-la em alguma categoria, seja naked ou custom – tomamos como base o valor na casa dos R$ 30.000.

Nessa faixa de preço, uma das rivais mais próximas da Bonneville é a Harley-Davidson 883 Iron, que também segue o estilo “old school” e pode ser encontrada por R$ 30.900. Já o modelo de entrada da fabricante norte-americana, a 883R, sai pelo mesmo preço da naked da Triumph, R$ 29.900, mas sua ciclística é bem diferente em relação à Bonneville.

Dentro da própria fabricante inglesa (com R$ 2.000 a mais), o consumidor pode encontrar uma opção mais radical de naked e partir para a Street Triple 675 (R$ 31.900 com ABS). As japonesas também entram no páreo. A Kawasaki tem em seu line-up a ER-6n com ABS por R$ 28.880. Na Yamaha, a opção é a XJ6N por R$ 28.430 e, na Honda, podemos encontrar a nova naked CB 500F por R$ 23.500 (com ABS) e a best seller CB 600F Hornet, que parte de R$ 31.990 em sua versão sem os freios ABS. A escolha agora é sua. Qual estilo de moto você levaria pra casa?

Ficha Técnica Triumph Bonneville T100

Motor DOHC, bicilíndrico, quatro tempos, arrefecido a ar
Capacidade cúbica 865 cm³
Potência máxima (declarada) 68 cv a 7.500 rpm
Torque máximo (declarado) 6,9 kgf.m a 5.800 rpm
Câmbio Cinco marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Berço de aço tubular
Suspensão dianteira Garfos telescópicos Kayaba com 120 mm de curso
Suspensão traseira Duplo amortecedor com molas Kayaba com 106 mm de curso e ajuste da pré-carga de mola
Freio dianteiro Disco simples de 310 mm de diâmetro, pinça flutuante de dois pistões
Freio traseiro Disco simples de 255 mm de diâmetro, pinça flutuante de dois pistões
Pneus 100/90-19 (diant. Metzeler Lasertec)/ 130/80-17 (tras. Metzeler ME Z2)
Comprimento 2.230 mm
Largura 740 mm
Altura 1.100 mm
Distância entre-eixos 1.500 mm
Distância do solo Não disponível
Altura do assento 775 mm
Peso em ordem de marcha 225 kg
Peso a seco Não Disponível
Tanque de combustível 16 litros
Cores Branco e Vermelho, Preto e Cinza
Preço sugerido R$ 29.900 (frete incluso)

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