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Inesquecível, confessa o advogado. Afinal a motocicleta inglesa foi sua companheira em uma aventura “carnavalesca”. Em 1960, com seu amigo lanterneiro (ou funileiro para os paulistas), Fernando Neves, na garupa, João percorreu os mais de 2.000 km que separam o Rio de Janeiro de Recife (PE) só para curtir o frevo no carnaval pernambucano. “O frevo de lá era famoso, resolvi subir na moto e ir conhecer de perto”, justifica, como bom carioca da gema fã da folia do Carnaval.
Se hoje, ir do Rio ao Recife em uma moto é considerado por muitos uma longa viagem, naquela época era uma verdadeira aventura. “Fomos pela Rio-Bahia. Até chegar ao Estado de Minas Gerais havia asfalto, dali pra frente só rodamos por estradas de terra até Recife”, conta João Cruz.
Eles partiram em 14 de fevereiro de 1960. Foram 15 dias até a capital pernambucana, contabilizando muitos tombos na lama e quatro problemas mecânicos na valente Norton Dominator. “Foram duas trincas na suspensão traseira e duas na mesa de direção. Mas, felizmente, chegamos lá em 29 de fevereiro, no primeiro dia do carnaval, ainda a tempo de curtir a folia”, comemora o feito até hoje.
Livro
Além de rodar até lá e curtir as “meninas bonitas e o carnaval alegre” de Recife, o carioca João Cruz e seu amigo Fernando tiveram de voltar para casa. Outra parte da aventura que rendem até hoje boas histórias para contar. “Na volta, um sertanejo e chapéu, paletó e chinelos, nos acolheu enquanto a uma forte chuva nos castigava. Era uma casa muito simples, quase uma choupana de chão de terra batida. Reparamos que na humilde cozinha não havia nenhum mantimento. Segundo o sertanejo, que estava doente, apenas quando sua família retornasse da roça, haveria algo para comer”, rememora a situação com a emoção.
“O mais importante da viagem foi poder conhecer esse nosso Brasil. O brasileiro tem muita fibra. É um povo maravilhoso. Fomos muito bem recebidos por todos os lugares onde passamos”, afirma o motociclista.
Para João Cruz sua aventura de carnaval que, neste ano, completa meio século, mudou sua maneira de ver a vida. “Costumo contar essas histórias para meus amigos, até que um deles, um motociclista de Salvador me encorajou a contar essa aventura para os motociclistas de hoje”, revela.
Com isso, João Cruz decidiu escrever um livro. O manuscrito deu origem a um boneco de 100 páginas relatando toda a aventura carnavalesca que já tem até nome: Motociclistas Invencíveis. “Já procurei algumas editoras, que estão analisando meu livro. Até agora não tive retorno. Mas acredito que minha história vai virar um bom livro para os apaixonados por aventuras e motocicletas, como eu”, diz.
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