Venda de carros em crise ajuda o setor de motos

Acompanhando o declínio do setor de veículos no geral, o segmento de duas rodas apresentou queda nas vendas do primeiro semestre. Nos seis primeiros meses de 2015 foram emplacadas 641.796 motos contra as 717.707 unidades comercializadas do mesmo período de 2014, o que representa uma queda de 10,58%. Porém, segundo dados da Fenabrave (associação que reúne as concessionárias de veículos automotores), o setor de motos é o que menos sofreu com a retração da economia brasileira, ao menos neste primeiro semestre de 2015. 

Segundo dados da entidade, o setor de automóveis e veículos leves apresentou uma retração de vendas de 19,76%, enquanto o setor de caminhões amarga uma queda de 42,11% no período. 

Para o presidente da entidade, Alarico Assumpção Jr., a retração do crédito e o fato do comprador de automóveis ter medo de assumir dívidas têm afetado a venda de carros no Brasil. Porém, para o bem da indústria de motos, ocorre um fenômeno chamado efeito substituição. “Muitos compradores de automóveis básicos migraram para os veículos de duas rodas, pois precisam de um veículo de locomoção”, revela o executivo.

Outro fator que minimizou a queda no setor de motocicleta é a carteira de consórcio. Esse tipo de venda tem grande aceitação no mercado de duas rodas, principalmente na região Nordeste do Brasil.

Sem comemoração

Apesar disso, não há motivos para comemorar o primeiro semestre. Pelo contrário. O resultado ruim nas vendas obrigou os executivos do setor a reverem as previsões para este ano. Em janeiro, a Fenabrave projetava que o segmento moto emplacaria cerca de 1.427.000 em 2015. Agora, revisou para baixo esse número e o ano deve fechar com 1.301.204 motocicletas emplacadas – o que, caso se concretize, significará uma queda de 9,0% em relação ao ano anterior.