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Vendas caem 5,4% em 2014, projeta Anfavea

09/07/2014 - 11:03 - Redação
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Passado meio ano e após analisar o desempenho e a situação do mercado neste período, a Anfavea apresenta a revisão de suas projeções para 2014, e conforme o presidente da entidade, Luiz Moan, já havia sinalizado, o viés é de retração nas vendas de veículos: a associação que reúne a maior parte das montadoras instaladas no País aponta queda de 5,4% nos licenciamentos deste ano, para 3,56 milhões de unidades, considerando automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, contra os 3,76 milhões de veículos novos entregues no ano passado. Em sua projeção anterior, divulgada em janeiro e sustentada por seis meses, a entidade previa leve crescimento de 1,1%, para 3,81 milhões.

O resultado do primeiro semestre frustrou o entusiasmo do início do ano ao amargar queda de 7,3% sobre o igual período do ano passado, para 1,66 milhão de veículos. O cenário vivido pelo setor durante os seis primeiros meses mudou completamente a visão para todo o ano, cuja queda é esperada não só para o mercado interno, mas para produção, que deve fechar com volume 10% abaixo do de 2013, para 3,33 milhões, e exportações, cujo resultado deve ser negativo em 29,1%, para 401 mil unidades.

No comparativo anual, o maior tombo no primeiro semestre foi registrado no segmento de veículos comerciais pesados – caminhões e ônibus – de 12,7% e 13,7%, respectivamente. No segmento leve, a retração do primeiro semestre foi de 7,3%, para pouco mais de 251 mil unidades.

O cenário de desaceleração da economia, os baixos índices de confiança, o crédito mais caro e a euforia da Copa do Mundo desviou a atenção de consumidores. O evento esportivo, que começou em 12 de junho e diminuiu o número de dias úteis aprofundou a queda das vendas para o mês: com 263,5 mil unidades, houve retração de 10,2% sobre maio e de 17,3% sobre junho do ano passado. 

O resultado, segundo Moan, reflete toda a conjuntura dos fatores, além do menor número de dias úteis de junho – 18 contra os 21 de maio – por conta de um feriado (fixo) e os instituídos pela Copa, que freou as atividades comerciais do setor. Por outro lado, o executivo ressaltou que apesar do número menor de dias para vendas, a média diária de junho foi de 14,6 mil unidades, 5% maior que a de maio, quando as vendas contabilizaram 13,9 mil unidades por dia útil.

Segundo semestre

Se o primeiro semestre foi desastroso para o setor, a Anfavea aposta em uma segunda metade do ano muito melhor. Moan apresenta uma projeção personalizada para enfatizar o que será o segundo semestre sobre o primeiro. Os dados mostram que haverá crescimento de 14,3% das vendas entre julho e dezembro contra janeiro-junho: os licenciamentos devem chegar a 1,90 milhão de veículos. 

Puxada pelo mercado interno, a produção deve subir 13,2% na segunda metade do ano, para 1,77 milhão de unidades (leia aqui), enquanto que para as exportações, a entidade aguarda expressivo avanço de 36,9%, para 232 mil unidades.

“Teremos 7% mais dias úteis no segundo semestre: serão 127 contra os 119 do primeiro semestre e isso já considerando que o Brasil continue até a partida final do campeonato mundial, porque alguns jogos reduzem o horário comercial. Passada a Copa, o nível de confiança vai voltar, mesmo que o Brasil perca; o torneio já é um sucesso. O ambiente macroeconômico está mudando. Também é fato a sazonalidade, que perdura nos últimos 10 anos, na qual o segundo semestre é sempre mais forte que o primeiro, puxado pelas compras de fim de ano. É como eu sempre disse: não compartilho do pessimismo”, defendeu Moan.

Ele afirma ainda que a média de aprovação de crédito para financiamento de veículos subiu e que o índice está em 30%. Além disso, a manutenção do IPI menor anunciada no dia 30 de junho pelo governo (leia aqui) ajudará as montadoras a manter os preços dos veículos. Este fator deverá ser fortemente usado para alavancar campanhas de marketing, como forma de atrair os consumidores.

“Se o IPI tivesse aumentado, haveria uma queda de quase 11,5% no segundo semestre. No ano, esta queda seria de quase 10%”, admitiu.

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