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Versys 1000 Gran Tourer carrega aventura na bagagem

15/02/2013 - 11:07 - Arthur Caldeira/Agência INFOMOTO - FOTOS: Mario Villaescusa/Agência INFOMOTO
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Longe de ser uma motocicleta bigtrail “puro-sangue”, a Kawasaki Versys 1000 tem uma inegável vocação para longas viagens: motor de quatro cilindros com potência suficiente (118 cavalos) e torque de sobra em todas as faixas de rotações; posição de pilotagem ereta com um banco bastante confortável; proteção aerodinâmica do pequeno parabrisa regulável de série; e um tanque com capacidade para 21 litros. Não contente com essas especificações, a Kawasaki lançou uma versão ainda mais apta a devorar centenas de quilômetros de estradas, a Versys 1000 Gran Tourer.

Equipada com topcase com 47 litros de capacidade, onde dá para armazenar dois capacetes integrais, malas laterais com 35 litros cada, a Gran Tourer esbanja capacidade de carga. Na versão brasileira, a Kawasaki ainda instalou outros itens de conforto: protetor de motor (mata-cachorro); adesivo protetor do tanque, aquecedor de manopla e uma útil tomada 12 V para carregar GPS, por exemplo.

Levando-se em consideração os valores dos acessórios e as comodidades que eles proporcionam, a versão Gran Tourer é um bom negócio: tem preço sugerido de R$ 56.990 (sem frete e seguro), R$ 7.000 a mais do que a versão standard.

Motorzão e tecnologia

No restante, a receita é a mesma da Versys 1000: uma motocicleta que une o desempenho de uma sport-touring com a posição de pilotagem e o visual de uma aventureira. Afinal, utiliza o mesmo quadro da Ninja 1000, porém com suspensões de longo curso, e o mesmo motor de quatro cilindros. Retrabalhado para se adequar à proposta mais aventureira da Versys 1000, o tetracilíndrico em linha com 1043 cm³ de capacidade, 16 válvulas, comando duplo no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida, produz 118 cavalos de potência máxima aos 9.000 rpm. Mas o que impressiona mesmo é o torque disponível desde os mais baixos giros, até atingir o máximo de 10,4 kgf.m a 7.700 rpm.

As relações de marcha também são outras. Na Versys 1000 a primeira e a segunda marchas são curtas, resultando em arrancadas impressionantes. Já as marchas mais altas – da terceira a sexta – ficaram mais longas, tornando a pilotagem em estradas mais confortável e, teoricamente, mais econômica.

Tecnologia embarcada

Mas a grande novidade da Versys 1000, em comparação com suas “irmãs” Z 1000 e Ninja 1000, é a tecnologia embarcada: controle de tração (KTRC), modos de entrega de potência e freios ABS. Com esses equipamentos, a Kawasaki dá ferramentas para o piloto segurar todo o desempenho dos quatro cilindros.

São três níveis do controle de tração, sendo o nível “1” o menos intrusivo; e o “3” com maior intervenção da eletrônica, indicado para pisos realmente lisos, como asfalto molhado – há também a opção de desligar o sistema. Além disso, pode-se facilmente selecionar o modo de entrega de potência entre Full e Low: sendo que no Low (baixo) não só a potência fica restrita a 75% como a curva de torque se torna mais plana, facilitando o controle da moto.

Confesso que “abusei” dessa eletrônica embarcada já no primeiro dia de teste, quando uma chuva torrencial encharcou as ruas da cidade de São Paulo. Além da segurança do controle de tração no segundo nível, optei por limitar o motor na posição Low.

Em relação ao controle de tração, o nível “3” me apareceu demasiadamente intrusivo. Mesmo em estradas de terra ou chão escorregadio, o nível “2” se mostrou mais adequado. Porém, no nível “1”, a pilotagem fica mais divertida, permitindo até mesmo algumas derrapadas.

Aventureira de asfalto

Com claras especificações mais on do que off-road, a Versys 1000 Gran Tourer parece ser mais uma exemplo de uma aventureira de asfalto – assim como Honda Crosstourer e Ducati Multistrada.

Utiliza-se das vantagens de uma aventureira: suspensões para enfrentar asfaltos de má qualidade (coisa abundante em nossas estradas) e a posição de pilotagem ereta que permite rodar por muitos quilômetros.

Até arrisquei rodar por algumas estradas de terra batida e confesso que o desempenho da Versys 1000 Gran Tourer foi melhor do que esperava. Claro que o conjunto parece sofrer um pouco, mas as suspensões - garfo telescópico invertido na dianteira, e monoamortecedor horizontal na traseira, ambos com 150 mm de curso – até que isolam bem o piloto das imperfeições do piso. Mas atenção: estava em uma estrada de terra batida e seca, bem diferente dos pedregulhos e da buraqueira de uma Ruta 40, a famosa estrada que corta a Patagônia argentina. Até mesmo porque fiquei com dó das rodas de liga-leve calçadas com pneus de uso misto Pirelli Scorpion Trail.

No geral, a Versys 1000 Gran Tourer corresponde às expectativas de quem busca uma moto confortável e potente para viajar. Talvez não seja uma bigtrail para atravessar o deserto do Saara, mas se a ideia é rodar bastante até mesmo com garupa, essa versão Gran Tourer é uma boa opção e com preço competitivo perante a concorrência.

Entre as chamadas bigtrails é a que tem o melhor preço: R$ 56.990. A Yamaha Super Ténéré é, certamente, mais apta ao fora-de-estrada, mas sai por R$ 61.000; já a Honda Crosstourer, que tem a mesma proposta aventureira para o asfalto, custa R$ 79.900; além, é claro, da BMW R 1200 GS que, completa, sai por R$ 80.900.

Por isso mesmo essa Versys 1000 Gran Tourer é interessante. Afinal por alguns milhares de reais a menos oferece malas laterais e conforto para longas viagens. Além de alguns detalhes, como a fácil regulagem do parabrisa, o protetor de motor, a tomada 12V e o aquecedor de manopla para pegar a estrada e rodar com potência e desempenho de sobra. Até o tanque de 21 litros “secar” o que, com nosso consumo médio de 16,5 km/l, aconteceria após 350 km.

FICHA TÉCNICA Kawasaki Versys 1000 Gran Tourer

Motor:  quatro cilindros em linha, 1043 cm³, DOHC, com refrigeração líquida.
Potência: 118 cv a 9.000 rpm
Torque: 10,4 kgf.m a 7.700 rpm
Câmbio: seis marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação: injeção eletrônica
Quadro: dupla trave de alumínio

Suspensão dianteira: garfo telescópico invertido com 150 mm de curso de ajuste no retorno e na pré-carga da mola
Suspensão traseira: monoamortecedor com 150 mm de curso e ajuste de retorno e pré-carga da mola
Freio dianteiro: disco duplo de 300 mm em forma de margarida com pinça de pistão duplo
Freio traseiro: disco simples de 250 mm em forma de margarida com pinça de pistão simples
Pneus: 120/70-ZR17 (dianteiro)/180/55-ZR17 (traseiro)
Dimensões: 2.235 mm x 900 mm x 1.405 mm (C x L x A).
Distância entre eixos 1.520 mm
Distância do solo 155 mm
Altura do Assento 845 mm
Peso em ordem de marcha: 239 kg (sem os acessórios da Gran Tourer)
Tanque: 21 litros.
Cores: branca
Preço: R$ 56.990

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