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VFR 1200X Crosstourer faz viagem-teste de 4.000 km entre São Paulo e Acre

29/08/2013 - 16:10 - Cicero Lima / Agência INFOMOTO - FOTOS: Mario Villaescusa/ Agência INFOMOTO e Divulgação
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Vencer jornadas diárias, com trechos superiores a 1.000 km rumo à região Norte do País, oferecendo conforto, bom desempenho e segurança transmitida, principalmente pelo pacote eletrônico embarcado. Essa foi a missão da Honda VFR 1200X Crosstourer avaliada pela Agência INFOMOTO. A moto foi utilizada numa viagem-teste de 4.000 km entre São Paulo e Rio Branco, capital do Acre. No caminho, longas retas, poucos postos de abastecimento, muitos buracos e algumas tempestades.

Para cumprir sua saga, o modelo considerado uma crossover, cujo preços sugerido é de R$ 79.900, traz um pacote completo para encarar quase todo tipo de estrada. A moto da Honda conta com um vigoroso motor V4 de 1.297 cm³ com potência máxima de 129, cv a 7.500 rpm. Essa potência se mostra necessária para viajar com segurança nas estradas do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

Por lá, as enormes carretas trafegam acima de 120 km/h e, muitas vezes, foi necessário superar os 150 km/h para ultrapassá-las no menor espaço e tempo possível. Neste tipo de manobra o torque (de até 12,8 kgf.m a 6.500 rpm) também é exigido ao máximo, principalmente nas retomadas de velocidade. Como a viagem aconteceu durante a época de safra de algodão, as estradas pareciam avenidas com longas filas de carretas.

Câmbio DCT

Neste tipo de situação foi possível avaliar a utilidade do câmbio automático que destaca essa aventureira das demais, afinal é a única que oferece o sistema e dispensa tanto o pedal de câmbio, como o manete de embreagem. Ela usa câmbio DCT (Dual Clutch Transmition), que têm seis marchas e oferece a opção D (Drive) ou S (Sport). Mais do que uma sigla a mudança é perceptível no comportamento da moto. O modo “D” torna a Crosstourer uma moto mansa, quase pacata. Porém no modo “S” o piloto tem a disposição uma tocada esportiva que permite ganhos rápidos de giros no motor e velocidade. No manete esquerdo estão os botões para subir ou reduzir as marchas permitindo uma pilotagem francamente esportiva.

Na prática, o piloto não percebe as mudanças de marchas, já que as trocas são suaves e precisas, feitas de modo eletrônico de acordo com o giro do motor, a velocidade e a posição do acelerador. Um sistema que aos poucos se torna divertido e realmente cansa menos durante a viagem. Em pouco tempo, o piloto se acostuma a essa mordomia tecnológica e passa a desfrutar do conforto e da paisagem.

Freios e autonomia

Para completar o cenário, as lombadas e radares por vezes “surgem do nada” e nesta situação o piloto tem de contar com o sistema de freios dessa aventureira. Equipada com dois discos de 310 mm dianteira (ABS) e um disco de 276 mm na traseira (Combined ABS), o conjunto transmite muita segurança. As frenagens são rápidas, quase que instantâneas, e o piloto não perde o controle. Por falar em controle, após superar as lombadas era a vez do controle de tração entrar em cena. Caso o sistema detecte a derrapagem da roda traseira a eletrônica entra em ação cortando o giro do motor, um excelente companheiro das estradas. Principalmente quando a pista está suja.

Com capacidade para 21,5 litros a autonomia não é um dos pontos fortes da Crosstourer. Sua pior medição foi 12,8 km/litro o que exige reabastecimento a cada 250 km rodados. Porém se o piloto for mais comedido na aceleração o consumo melhora bastante e pode superar os 18 km/litro. Com isso, a autonomia se aproxima dos 400 km.

A 200 quilômetros por hora

Nas paradas, para esticar as pernas ou abastecer, os terrenos irregulares ou escorregadios podem ser uma armadilha para os pilotos de menor estatura (como eu). O banco largo dificulta o apoio dos pés no chão e exige uma dose de malabarismo. O peso da moto de 260 kg (a seco) faz dela um veículo para pilotos experientes. Essa foi a única crítica em relação ao uso da moto, pois o banco (bi-partido) traz uma generosa camada de espuma e permite ficar longas horas sobre a moto. A proteção aerodinâmica foi melhorada graças ao para-brisa maior, os protetores de mão e a carenagem, que desvia o vento e permite ao piloto relaxar em uma posição ereta. Com o cair da tarde os insetos começaram a grudar na bolha (ao invés da viseira do capacete), mostrando a eficiência do conjunto.

As estradas que cortam o Brasil em direção a região Norte (como a BR 364) têm poucas curvas. Na maior parte do tempo o piloto encontra pela frente infinitas retas. A paisagem composta por monótonas plantações ou pastagens, completa o quadro entediante que convida a acelerar. Não falta velocidade nessa Honda que supera com facilidade os 200 km/h enquanto o câmbio automático faz a sua tarefa.

Tração sob controle

Depois de tantas retas – algumas com mais de 30 km de extensão – as curvas no trecho próximo a Chapada dos Guimarães – pouco antes de Cuiabá (MT) – convidam a conhecer o lado esportivo da Crosstourer. Enquanto as marchas são reduzidas manualmente, com o câmbio na posição “D”, nas entradas das curvas, a suspensão cumpre seu papel. O Duplo garfo invertido na dianteira e o monobraço na traseira (ambos totalmente reguláveis) garantem a estabilidade necessária para atacar as curvas de alta velocidade sem medo. Os limites ficam por conta da pedaleira e da habilidade do piloto. Para completar, os pneus Bridgestone Battle Wing oferecem esportividade e muita aderência na maioria dos pisos.

Em um trecho próximo a Cáceres (MT) houve a necessidade de desviar pela terra e não foi desligado o controle de tração. Ao passar por trechos de areia fofa a moto perdia a força motriz e o controle eletrônico cortava o giro do motor. Assim, foi impossível manter o controle. Resultado: o único tombo da viagem. Com o orgulho ferido bastou desligar o controle e seguir em frente. Como a moto estava equipada com o protetor de carenagem, não houve sequer um arranhão e rapidamente a Crosstourer retornou a rodovia.

Colocando a suspensão à prova

Infelizmente os trechos de asfalto liso não são uma constante nas estradas brasileiras. O piloto deve ter em mente que os buracos podem surgir a qualquer momento. Nesse caso o longo curso da suspensão (165 mm na suspensão dianteira e 146 mm na traseira) é a garantia de superar os obstáculos com relativa tranquilidade. Afinal, algumas panelas (como são chamados os buracos pelos caminhoneiros) podem engolir a roda dianteira. Neste caso, os aros fixados nas laterais dos raios permitem o uso de pneu sem câmara, o que é uma garantia a mais de segurança, porém o ideal é trafegar por estas estradas durante o dia para escapar das armadilhas. Em alguns trechos da viagem, principalmente no estado de Rondônia, as estradas exigem muita experiência do piloto. É preciso estar atento ao fluxo de caminhões e às obras constantes.

Quando foi necessário pilotar a noite, os faróis projetavam um facho de luz que garantia visibilidade adequada à velocidade. O farol tem regulagem de altura, que pode ser feita de forma rápida usando apenas as mãos.

Malas e top-case

Chegando ao hotel, foi possível desfrutar de uma mordomia graças ao conjunto de malas laterais e top-case. Bastava soltar os acessórios e transportar toda a bagagem para o quarto. Além dos bauleto, a moto veio equipada com um para-brisa maior, protetores de carenagem e cavalete central. O problema é o custo do pacote completo de acessórios originais Honda, que chega aos R$ 12 mil.

Com este modelo, a Honda pretende se firmar em um segmento hoje dominado pela BMW com a aventureira R 1200 GS. Uma tarefa bem difícil já que a alemã tem a seu lado a tradição, enquanto a Honda apostou suas fichas na eficiência e conforto da eletrônica.

Após rodar mais de 4.000 km percorrendo diversos tipos de estrada, a moto chegou a Rio Branco, capital do Acre, completando a viagem que começou em São Paulo. No final, o conforto e a segurança oferecidos pela eletrônica ajudaram muito na aventura, contrariando os puristas que criticam o câmbio automático por sentirem falta da troca de marchas. Confesso que depois de quatro dias de viagem nem lembrava mais que existia câmbio na moto por conta da eficiência do sistema. Ou seja, a aceitação da novidade deve acontecer da mesma forma como foi nos automóveis. Antigamente, carros de câmbio automático eram criticados e hoje são objeto de desejo de muitos motoristas.

FICHA TÉCNICA Honda VFR 1200X Crosstourer

Motor: Quatro cilindros em “V”, OHC, com refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 1237 cm³
Potência máxima: 129,2 cv a 7.750 rpm
Torque máximo: 12,8 kgf.m a 6.500 rpm
Câmbio: Seis marchas com DCT (automático ou manual)
Partida: Elétrica
Transmissão final: Eixo-cardã
Alimentação: Injeção eletrônica
Quadro: Tipo Diamante em alumínio
Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido com 43 mm de diâmetro com ajuste de compressão, retorno e précarga da mola com 165 mm de curso
Suspensão traseira: Monobraço com um conjunto de mola e amortecedor a gás ajustável na précarga e retorno com 146 mm de curso
Freio dianteiro: Dois discos de 310 mm de diâmetro com C-ABS
Freio traseiro: Disco de 276 mm de diâmetro com C-ABS
Pneu dianteiro: 110/80-19
Pneu traseiro: 150/70-17
Comprimento total: 2.285 mm
Largura total: 915 mm
Altura total: 1.335 mm
Distância entre eixos: 1.595 mm
Altura do assento: 850 mm
Tanque de combustível: 21,5 litros
Peso em ordem de marcha: 261 Kg
Cores: Branca e vermelha
Preço: R$ 79.900

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