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O primeiro passo é definir o volume de investimento e o modelo de sua preferência. Uma dica importante: a moto sempre deve combinar com o estilo de pilotagem, biótipo físico e, principalmente, tipo de uso. Não adianta comprar uma naked ou esportiva se o motociclista faz deslocamentos por estradas de terra.
Antes de sair de casa, pesquise na internet e folheie jornais e revistas especializadas para verificar o preço médio da moto que você procura. Ligue para alguns anunciantes e marque uma visita para ver seu novo objeto de desejo. Depois vá até as lojas independentes e concessionárias mais próximas de sua residência. Se desconfiar de muitas facilidades ou preços abaixo da tabela, faça uma pesquisa junto aos órgãos de defesa do consumidor e verifique a idoneidade da empresa que quer lhe vender a moto. Fuja dos “micos”.
Se você não entende absolutamente nada sobre o assunto, então leve um amigo ou um mecânico de sua confiança para ver a moto. De cara verifique a aparência geral – pintura e pequenos amassados no tanque, paralamas e rabeta –, trincas e numeração do chassi, ferrugem, quilometragem, condições do kit de transmissão (corrente, coroa e pinhão), pneus e parte elétrica. Uma boa aparência, muitas vezes, é o principal fator para definir uma compra. Mas não é tudo!
Com a moto em funcionamento verifique se há algum barulho estranho no motor, possíveis vazamentos nas juntas e se o propulsor está queimando óleo. Todas as análises devem ser feitas durante o dia. Depois peça para dar uma voltinha para conferir a estabilidade e o comportamento das suspensões e freios. Com este raio-X fica mais fácil verificar se a moto foi “judiada”.
Documentação tem que estar em dia
Se o estado geral da moto estiver dentro do esperado, então é a hora de verificar se a documentação está em dia. Com o número do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) em mãos, você pode fazer uma consulta no site do Detran de seu Estado. Veja se existem débitos, dívidas junto a instituições financeiras ou alienação. Além disso, confira o restante da documentação: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do seguro obrigatório (DPVAT) e certificado de registro e licenciamento do veículo. Outra precaução é verificar se a moto não consta no cadastro de veículos roubados.
Cuidado! Se o recibo de venda estiver rasurado, o reconhecimento da assinatura no documento não será efetuado pelo cartório. Se isso ocorrer o vendedor deverá pedir uma segunda via do documento ao proprietário da moto. Na hora do acerto, o certificado de transferência deve ser preenchido, datado e contar com firma reconhecida. A transferência do veículo deve ser realizada dentro do prazo de 30 dias, a partir da data do recibo de compra e venda.
Muita gente não sabe, mas no processo de transferência, o antigo proprietário deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito de seu Estado, dentro de um prazo de 30 dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e datado. Essa medida visa proteger o ex-dono do veículo de ter que se responsabilizar pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data da comunicação.
Se o veículo está cadastrado na cidade de São Paulo, por exemplo, o Detran orienta que o condutor faça a Comunicação de Venda, seguindo os procedimentos disponíveis no site do órgão, acessando o ícone Veículos - Comunicação de Venda. Se o veículo estiver cadastrado em outro município, procure a Ciretran de registro da moto para obter informações sobre os procedimentos necessários.
Vistoria e dicas
Antes de comprar qualquer veículo, o Detran-SP orienta que o interessado solicite uma vistoria da moto junto ao órgão de trânsito. As informações estão dispivíveis no site www.detran.sp.gov.br - ícone Veículos - Vistoria. O procedimento é aparentemente simples. Levar ao setor de vistoria o veículo e os seguintes documentos: Original do CRV - Certificado de Registro do Veículo (documento de transferência); original do CRLV - Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo e RG original. O serviço é isento de taxa.
Há também no mercado empresas especializadas em vistoria e perícia cautelar de veículo. Este tipo de perícia impede que o cidadão adquira um veículo com adulterações nas numerações do chassi, motor ou câmbio. Assim, o consumidor que pretende comprar um carro ou moto usada deve se preocupar com a procedência do veículo que está adquirindo, pois a cada dia aumentam os tipos de adulterações. Ao compra de um veículo nestas condições, ou seja, com irregularidades, o consumidor pode amargar problemas futuros, que além de prejuízos financeiros pode, ainda, responder a processos criminais por estar de posse de um veículo que muitas vezes é produto de furto ou roubo.
Terceir Visão - www.terceiravisao.com -, Linces Vistorias - www.linces.com.br - e Boné Serviços de Inspeção - www.bonevistoria.com.br - atuam neste segmento de vistoria e perícias.
Para Humberto Cury Sacchetto, da B&G Motos, loja multimarcas de São Paulo, procedência e qualidade do veículo são indispensáveis para uma boa compra. “Hoje, o consumidor deve exigir nota fiscal da revenda ou da loja, laudo técnico de inspeção e o certificado da inspeção veicular ambiental. Assim, o motociclista estará realizando um bom negócio, já que todos os requesitos - documental e mecânico da motos - estarão garantidos”, analisa o logista mais 20 anos no ramo de comercialização de motos.
Antonio Carlos Canova, da concessionária Yamaha Siri Motos, também de São Paulo, concorda com o lojista e acrescenta. “Verifique se o número do chassi foi adulterado. Confira se a documentação está em ordem e, por fim, veja o estado geral da motocicleta”, explica o gerente de vendas da revenda Yamaha, dizendo que hoje as motos usadas que deixam a concessionária tem três meses de garantia para motor e câmbio. Esta determinação está prevista no Código de Defesa do Consumidor.
Pesquise, pechicnche, negocie, peça desconto, exija garantias e depois de assinar o cheque, aproveite cada momento com sua nova moto. Mas não esqueça, procedência e garantia são fundamentais para uma boa compra.
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