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XL 700V Transalp: boa na terra, melhor no asfalto

01/07/2011 - 11:24 - Texto: Aldo Tizzani / Agência INFOMOTO - Fotos: Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO e Caio Mattos / Divulgação
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A Honda XL 700V Transalp chegou ao mercado brasileiro em abril com um visual já um pouco “cansado”, mas esbanjando versatilidade, conforto e pronta para encarar qualquer aventura, seja na terra ou no asfalto. Para uma análise mais aprofundada sobre a big-trail da marca japonesa rodamos 1.400 quilômetros entre São Paulo e São Roque de Minas (MG). Nossa missão foi conhecer um dos cartões-postais do Brasil: a região ecoturística do Parque Estadual da Serra da Canastra, que tem mais de 200 mil hectares e abrange seis municípios mineiros: Vargem Bonita, Delfinópolis, Sacramento, São João Batista do Glória e Capitólio, além de São Roque de Minas.

Depois de estudar o roteiro, as condições da estrada e do tempo, então chegou a hora de botar o pé na estrada com a nova Transalp 700. Modelo equipado com um vigoroso motor bicilíndrico em “V” e freios C-ABS (Combined ABS) que, de cara, transmite uma maior sensação de segurança. No percurso até o paraíso ecológico a big-trail da Honda enfrentou estradas com longas retas, trechos sinuosos, dezenas de quilômetros em chão batido e com muitas pedras soltas, verdadeiros obstáculo para a aventureira da Honda. A moto se saiu bem no off-road, mas foi muito melhor no asfalto.

De São Paulo até São Roque de Minas (MG), cidade base para esta “moto expedição”, foram cerca de 650 km. A opção para o motociclista é seguir pelo Complexo Anhanguera ou Bandeirantes até Ribeirão Preto (SP). Este trecho é quase uma reta só de cerca de 300 km. O motociclista viaja confortavelmente com braços e pernas semiflexionados.

Já a pequena bolha protege o peito do motociclista do vento, mas o ar é direcionado na altura do capacete. Para acomodar a mochila, a Transalp 700 conta com um espaçoso bagageiro. Ali, o mototurista ainda pode instalar um bauleto ou prender a bagagem com a popular “aranha”.

Seguimos pela Rodovia Cândido Portinari até Batatais (SP). Na sequência rodamos pela MG-050, rodovia bastante sinuosa. Nestas condições a big-trail da Honda oferece um bom ângulo de inclinação. Ou seja, a moto ficou muito divertida de se pilotar e deita bem nas curvas. Continuamos no sentido de Altinópolis, São Sebastião do Paraíso e Piumhi. No total foram seis pedágios (entre ida e volta) na MG-050, nas praças de Patrópolis, Passos e Piumhi. O gasto total foi de R$ 11,40 e não há cabine exclusiva para motos.

Se você tiver quatro ou mais dias de folga, aproveite para visitar Capitólio (MG). Lá é possível comer um belo peixe e fazer um passeio de barco pelo Lago de Furnas. Simplesmente imperdível!

À medida que a distância até nosso destino diminuía, a ansiedade era inversamente proporcional para conhecermos a Serra da Canastra. Depois de mais de nove horas na estrada, chegamos à noite na pequena São Roque de Minas. Pacata, de gente simples e hospitaleira que descobriu que o eco-turismo pode ser uma boa fonte de renda.

Gastronomia e off-road

Depois de um simples e saboroso jantar no caseiro restaurante Varanda da Darquinha, era hora de descansar o esqueleto para, no dia seguinte, encarar o Parque Nacional Serra da Canastra. Da cidade até a portaria do parque são oito quilômetros de subida, muitas pedras soltas e pontiagudas. Aos motociclistas inexperientes na prática do motociclismo off-road, um conselho: muito cuidado. Para ter acesso ao parque e conseguir rodar de moto, o ingresso custa R$ 6,50, por pessoa.

Dentro daquela imensidão, o ideal é aproveitar cada momento sobre a motocicleta, curtindo o visual, os pontos turísticos e a flora e fauna exuberantes. Para recarregar as energias nada melhor que um mergulho nas límpidas águas em uma de suas muitas piscinas naturais. Não se esqueça de levar água, frutas e um lanche. Lá não há nenhum tipo de comércio.

No total, a Honda XL 700V Transalp rodou 100 quilômetros pela Serra da Canastra. A moto não é uma autêntica off-road, mas é “guerreira”. Enfrentou todos os obstáculos sem “abrir o bico”. Os pontos fortes são as suspensões de longo curso e o motor que trabalha bem em baixas rotações. Além disso, conta com pneu de uso misto, que oferece bom desempenho, e protetor de motor.

No fim da tarde retornamos para o centro de São Roque de Minas. Cansado e quase morto de fome, foi a hora de cometer o pecado da gula, de preferência, com a tradicional comida mineira: arroz tropeiro, tutu de feijão, mandioca e linguiça frita no Zagaia Bar Restaurante, bem no centro da cidade. Depois dessa pajelança gastronômica só me restava uma saída: tomar um cafezinho e dormir. No dia seguinte seriam mais 700 quilômetros de volta.

Mas uma coisa é certa, para quem gosta do mototurismo de aventura, visitar as belezas do Parque Nacional da Serra da Canastra é uma experiência única, cujas belas imagens ficarão registradas para sempre na memória do turista.

Impressões de pilotagem

O que mais chama atenção na Transalp 700, além do porte, é o equilíbrio de seu conjunto. Quadro, motor, freio e suspensão trabalham em harmonia. Para muitos, esta big-trail tem desenho defasado, mas compensa nos quesitos ergonomia, conforto e entrega de potência. O motociclista conta com uma boa posição de pilotagem e um banco largo – que lembra o da NX4 Falcon –, capaz de fazer o piloto suportar várias horas de estrada antes da parada para abastecimento. Falando nisso, a moto registrou um consumo médio de 18 km/l – a pior média foi de 14,7 km/l nos deslocamentos por terra pela Serra da Canastra e a melhor de 20,4 km/l no Complexo Anhanguera/Bandeirantes. Com tanque de 17,5 litros, tem autonomia para mais de 300 km.

A Transalp conta com motor SOHC, bicilíndrico em V a 52º, quatro tempos, oito válvulas, com capacidade cúbica de 680 cm³, alimentado por injeção eletrônica PGM-FI. O propulsor gera potência máxima de 60cv a 7.750 rpm e torque máximo de 6,12 kgf.m a 6.000 rpm. Com estas características, oferece bastante desenvoltura nas estradas de terra e se transforme em uma boa companheira de viagem no asfalto. Na rodovia a moto se torna divertida, fácil de pilotar, apesar dos 205 quilos.

Outro destaque fica por conta dos freios C-ABS. O sistema reúne os benefícios do ABS (Anti-lock Brake System) e do CBS (Combined Brake System). Ou seja, enquanto o ABS evita o travamento das rodas em frenagens bruscas, facilitando o controle da moto em situações extremas e permitindo manter seu controle, o CBS distribui a força de frenagem entre as rodas dianteira e traseira.

Concorrência e preço

Não vai ser nada fácil a ambiciosa missão da Honda em transformar a XL 700V Transalp em líder do segmento big-trail, até porque há concorrentes de peso e de muita tradição nesta categoria. Entre elas estão BMW F 800GS (modelo será nacionalizado a partir de agosto e custará R$ 42.900) e G 650GS (R$ 29.900), Yamaha XT 660R (R$ 27.273) e Kawasaki Versys (R$ 30.716 na versão standard e R$ 33.749, com ABS).

O modelo está disponível na rede de concessionárias Honda nas cores preta e branca. Seu preço sugerido é de R$ 31.800,00 para a versão Standard e R$ 34.800,00 para a versão com freios C-ABS. Porém, esta não é a realidade praticada pelo mercado. Em rápida pesquisa, INFOMOTO contatou três revendas Honda em São Paulo e constatou que os preços sugeridos ao consumidor são mais elevados. Em média, a versão standard sai por R$ 33 mil e a com freios C-ABS por R$ 36 mil.

Principais pontos turísticos da Serra da Canastra

• Nascente do rio São Francisco
• Garagem de Pedras
• Curral de Pedras
• Cachoeira Casca d´Anta, de quase 200 metros, a primeira grande queda do "velho Chico".
• Cachoeiras, riachos e piscinas de águas cristalinas
Onde Comer
• Restaurante do Turvo – Rodovia MG 050, km 306, Capitólio.
www.restaurantedoturvo.com.br
• Barco e Restaurante Empório do Lago Azul – MG 050, Km 31, Capitólio. É de lá que sai o passeio de escuna.
• Zagaia Bar Restaurante e Pizzaria fica bem no centro de São Roque de Minas, na av. Presidente Tancredo Neves, 22.
• Varanda da Darquinha. Mini restaurante de comida caseira montado na garagem da casa da família. Rua Virgílio Rodrigues de Melo, 120, São Roque de Minas.
Onde ficar
• Pousada Irmão Sol. Rua Antenor Alves Vilela, 311-A. (37) 3433-2017, São Roque de Minas.
www.pousadairmaosol.com.br
• Hotel Chapadão da Canastra. Rua Benjamin Constant, 10. (37) 3433-1267, São Roque de Minas. www.chapadaodacanastra.com.br

Ficha Técnica Honda XL 700V Transalp

Motor: OHC, dois cilindros em V a 52º, quatro tempos, refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 680 cm³
Potência máxima: (60 CV) a 7750 rpm
Torque máximo: 6,12 kgf.m a 6000 rpm
Sistema de alimentação: Injeção Eletrônica PGM-FI
Relação de compressão: 10,0 : 1
Sistema de partida: Elétrica
Câmbio: Cinco velocidades
Transmissão final: Corrente
Capacidade do tanque: 17,5 litros
Chassi: berço duplo em aço
Suspensão
Dianteira: Garfo telescópico com 200 mm de curso
Traseira: Pro-Link, com 173 mm de curso
Freios
Dianteiro: Disco duplo de 256 mm de diâmetro e pinças de três pistões (C-ABS)
Traseiro: Disco de 240 mm de diâmetro e pinça de pistão único
Roda/pneu
Dianteiro: 100/90 19M/C 57H
Traseiro: 130/80R17M/C 65H
Dimensões
Comprimento: 2250 mm
Largura: 907 mm
Altura: 1307
Distância entre-eixos: 1512 mm
Altura do assento: 182 mm
Altura ao solo: 837 mm
Peso seco: 205 kg (C-ABS)
Cores: Preta e branca
Preço Sugerido: R$ 31.800 (Standard) e R$ 34.800 (C-ABS)
Preço médio praticado: R$ 33 mil (Standard) e R$ 36 mil (C-ABS)

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