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BMW anuncia que fará 05 modelos em Araquari-SC

17/12/2013 - 11:18 - Automotive Business - Fotos: Divulgação
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A BMW confirmou que produzirá em sua primeira fábrica no Brasil, em Araquari (SC), os modelos Série 3, Série 1, X1 e X3, e acrescentou aos seus futuros carros nacionais o Mini Countryman, marca que pertence ao grupo. Com isso, aumentou bastante a complexidade de sua produção brasileira, com quatro plataformas diferentes, mas em compensação, segundo as regras do Inovar-Auto, a empresa ganhou uma cota de importação flexível de carros similares, de até 8 mil unidades/ano, que ficam livres da sobretaxação de IPI de30 pontos porcentuais. O número é equivalente a 25% da capacidade instalada da nova planta catarinense, que começa o operar em outubro de 2014 em um turno de trabalho e potencial para fabricar 32 mil veículos/ano, com investimento de € 200 milhões anunciado em outubro de 2012. 

“Fomos a primeira marca premium a anunciar a fábrica no País após o Inovar-Auto e seremos a primeira a começar a produzir”, destacou Arturo Piñeiro, presidente do BMW Group Brasil, durante evento na segunda-feira, 16, que marcou o início das obras dos prédios da nova fábrica – a terraplanagem foi praticamente concluída nos últimos oito meses. A unidade industrial será essencial para a estratégia de crescimento da marca no Brasil. Piñeiro estima vender 40 mil carros por ano aos brasileiros a partir de 2017, somando a produção nacional e as importações, o que significa mais que triplicar os volumes atuais de modelos BMW e Mini vendidos no mercado brasileiro. 

“Esta fábrica segue nossa estratégia global de crescimento rentável, com a produção que segue o mercado”, afirmou Ludwig Willisch, presidente do BMW Group Americas. “O Brasil tornou-se importante para nossas vendas globais e para manter nosso ritmo de expansão aqui precisávamos da planta local”, acrescentou. Segundo ele, todos os cinco modelos serão produzidos em uma só linha de montagem. “Isso demonstra nossa flexibilidade.”

Piñeiro afirmou que em cerca de três anos a montadora espera atingir a capacidade máxima inicial da fábrica, destinada somente ao consumo doméstico. “Poderemos exportar só depois de atender o mercado brasileiro”, disse. “Ainda não pensamos em expansão, mas se for necessário podemos fazer isso dentro das mesmas instalações, com a adição de mais turnos, pois começaremos com somente um”, explicou. 

Também não faltará espaço para crescer em caso de necessidade: a construção de linhas de armação de carroceria (solda), pintura e montagem final, além de prédios administrativos, ocupará 500 mil metros quadrados de área pavimentada em um terreno de 1,5 milhão de metros quadrados. 

Conteúdo local

Os motores e as peças estampadas da carroceria dos BMW e Mini montados no Brasil virão da Europa. Mesmo assim, Piñeiro garante que não será problema atingir o volume de compras locais necessário para abater da sobretaxação de IPI. “Vamos atender aqui todas as exigências do Inovar-Auto”, informa.

A montadora negocia com fornecedores, mas avalia que não terá dificuldades em conseguir o que precisa no País. “Cerca de 80% das empresas de autopeças instaladas no Brasil são globais e quase todas já fornecem para a BMW, portanto não haverá problemas”, diz Piñeiro. Como o volume de produção é baixo, poucos deverão encontrar rentabilidade necessária para instalar plantas perto da fábrica de Araquari, embora alguns poderão abrir linhas de montagem de componentes mais volumosos e difíceis de transportar, como bancos, por exemplo. “A partir de janeiro vamos aprofundar essas negociações”, informa Gleide Souza, diretora de assuntos governamentais do BMW Group Brasil. 

Os modelos BMW e Mini fabricados em Santa Catarina, segundo a montadora, terão o mesmo nível de qualidade de todos os carros das duas marcas produzidos em qualquer lugar do mundo, portanto vão precisar de sistemas sofisticados. Piñeiro garante que não haverá o chamado “downsizing tecnológico” comumente praticado por quase todas as montadoras instaladas no País, em que muitos equipamentos de conforto e segurança usados nos países de origem são retirados no mercado brasileiro para tornar os produtos mais baratos. No caso da BMW, a previsão é que os carros feitos no Brasil serão quase tão caros quanto os importados, portanto nem há necessidade de reduzir itens. No pacote de segurança, Piñeiro afirma que todo o aparato será mantido, inclusive o controle eletrônico de estabilidade (ESC ou ESP) para todos os veículos nacionais. 

O treinamento dos futuros empregados começa em janeiro em uma linha de montagem experimental instalada no Perini Park, na vizinha Joinville. A BMW também já trata de firmar convênios com instituições locais de formação de mão de obra industrial qualificada, como o Senai. Apesar de o Estado de Santa Catarina ostentar um dos mais baixos índices de desemprego do mundo, de apenas 3%, a BMW garante que não faltam candidatos a trabalhar na nova fábrica, com mais de 20 mil aplicações de emprego já recebidas pelo departamento de recursos humanos. Em um primeiro momento, a planta de Araquari deve empregar 1,3 mil pessoas e gerar 2,5 mil empregos indiretos na região.

Lançamento BMW 320i Flex

A BMW apresentou o seu primeiro carro bicombustível etanol-gasolina na mesma cerimônia que marcou o início das obras dos prédios de sua primeira fábrica no Brasil. O sedã 320i Active Flex levou dois anos para ser desenvolvido pela equipe de engenharia da fabricante alemã e será um dos cinco modelos produzido na planta de Araquari (SC), mas já começou a ser vendido no mercado brasileiro, ainda importado da Alemanha, por R$ 129.950. O carro, o primeiro flex turbinado do mundo, traz avanços à tecnologia de motores flexíveis, pois é mais econômico rodando com etanol e não precisa usar o tanquinho de gasolina nem o sistema de pré-aquecimento dos bicos injetores para a partida a frio.

O primeiro modelo flex da BMW teve a ajuda da engenharia brasileira da Bosch, que ganhou experiência com o fornecimento do sistema em larga escala no Brasil. Após o período de desenvolvimento, a Bosch passou a fabricar e fornecer à BMW na própria Alemanha os principais elementos do powertrain bicombustível, incluindo a central de controle eletrônico, bombas de alta e baixa pressão e a injeção direta que trabalha entre 200 e 250 bars. 

“Pela primeira vez desenvolvemos um motor só para um país”, destacou Luiz Estrozi, gerente técnico do BMW Group Brasil. “Como nossos carros já entregam desempenho suficiente, privilegiamos a economia”, disse Estrozi, para explicar por que não houve aumento de potência quando o 320i ActiveFlex usa só etanol. Segundo ele, quando abastecido com o biocombustível, o carro gasta cerca de 38% mais do que com gasolina. Em comparação com a média dos modelos flex brasileiros, que na média consomem 43% mais com álcool, houve um ganho de cinco pontos porcentuais. 

O principal fator a favor da economia, no caso da BMW, é o uso da injeção direta e um sensor instalado antes da câmara de combustão – ao contrário dos demais carros flex, que leem essa mistura após a queima. O sensor indica o combustível antes da detonação, fazendo com que a central eletrônica ajuste com maior eficiência a quantidade exata de etanol ou gasolina (ou ambos misturados) necessária para o desempenho requerido pelo pé no acelerador.

Também graças à injeção direta calibrada para o álcool e ao comando eletrônico de válvulas foi conquistado mais um avanço para a tecnologia flex: o motor da BMW é acionado a frio com 100% de etanol sem necessidade de injeção de gasolina, o que elimina o tanquinho, nem do sistema de pré-aquecimento dos bicos injetores. 

O turbocompressor usado pela BMW em seu flex é um Honeywell Garrett de duplo estágio, o primeiro a operar em um carro flex à venda. Segundo a engenharia da marca, não foi necessária nenhuma modificação para a turbina funcionar com etanol. “Não houve nenhuma contaminação, pois o etanol evapora antes da admissão no turbo. Fizemos vários testes e não houve necessidade de nenhuma mudança”, afirmou Markus Brown, gerente técnico do projeto de motor flexível da BMW. 

A BMW ainda não revela para quais outros motores pretende instalar o sistema flex para venda no Brasil, mas Estrozi admite que “é um caminho natural” adotar motores bicombustíveis para toda a linha fabricada no Brasil. O sistema desenvolvido pode equipar qualquer motor entre 1 e 2 litros, trazendo a vantagem de imposto (IPI) menor cobrado de veículos flex.

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