Polaris finca raízes no fora de estrada brasileiro

Subsidiária brasileira! Os apaixonados por motos e motores em geral tem ouvido muita essa expressão ultimamente. Ducati, MV Agusta e Harley-Davidson são alguns exemplos de marcas Premium que deixaram os importadores de lado para “atacar” o momento de bonança da economia brasileira com uma subsidiária própria. Seguindo essa tendência, mas fugindo do segmento de duas rodas, a fabricante norte-americana Polaris também anunciou sua operação para o Brasil: Centro de Distribuição de Peças e Treinamento em Indaiatuba (SP), escritório na Vila Olímpia em São Paulo, concessionárias espalhadas por todo o País e uma completa gama de produtos, entre ATVs (quadriciclos) e UTVs, veículos side-by-side.

“O universo off-road no Brasil, apesar de enorme, é pouco explorado. E o brasileiro é apaixonado pelo fora de estrada”, constata Rodrigo Lourenço, diretor geral da Polaris Brasil. Mirando a diversão, já que ambos os veículos não são homologados para rodar na rua, a Polaris pretende alcançar a liderança do mercado em dois anos. Para isso, a marca investe na rede de concessionários e já inaugurou revendas em Brusque (SC), Fortaleza (CE), Itupeva (SP) e Ribeirão Preto (SP). “A estratégia da Polaris é montar uma rede de distribuição em âmbito nacional e criar mercado para o tipo de produto oferecido pela empresa”, enfatiza Lourenço. O executivo ainda salientou que a Polaris pretende abrir mais 15 concessionárias no País até o final de 2013.

Estrutura no Brasil

A subsidiária brasileira da Polaris já conta com uma com uma sede em São Paulo (SP) e um Centro de Distribuição de Peças e Treinamento, localizado em Indaiatuba, além das concessionárias já citadas. A chegada oficial ao País traz, segundo Lourenço, “representatividade no Brasil todo, disponibilidade e agilidade no fornecimento de peças para o mercado de reposição, maior oferta de produtos, mais foco no segmento e um relacionamento mais próximo com o cliente”.

Com 1.250 m², o centro técnico de Indaiatuba dará capacitação técnica e disponibilidade de peças para a rede. Já o consumidor terá todo o atendimento (pós-venda) feito pela concessionária, que passará por treinamentos periódicos em Indaiatuba. No entanto, é bom lembrar que todos os veículos da marca são importados dos EUA e não há, pelo menos por enquanto, a intenção de fabricar, ou mesmo montar (via CKD), os modelos da Polaris aqui no País.

Um novo veículo

“O Brasil tem um enorme potencial de mercado para o side-by-side e a consolidação do produto no país é o maior desafio da empresa”, continua Lourenço. Para o executivo, os quadriciclos já foram bem divulgados ao longo dos 58 anos de existência da Polaris e o desafio agora será introduzir no dia a dia do brasileiro os UTV’s. Chamados de side-by-side nos EUA, esse veículos - espécie de jipinho - têm como característica levar duas pessoas lado a lado ou até quatro ocupantes, como num automóvel.

A tocada é igual à de um carro automático, já que o câmbio é do tipo CVT e o piloto vai sentado atrás do volante. No entanto, a impossibilidade de homologação deixa esse tipo de veículo restrito ao campo. “Acredito ser um veículo ideal para ser usado no agronegócio e para realizar pequenos percursos no campo. Ou até como reboque e transporte de carga”, explica Lourenço.

E é por isso que a Polaris divide seus veículos, tanto ATVs como UTVs, nas linhas Razer e Ranger, focadas na diversão e no trabalho, respectivamente. A partir disso, fica mais fácil decidir qual modelo – entre mais de 40 – tem mais a ver com sua proposta de vida. Vale dizer que a Polaris comercializou 7.000 unidades de seus produtos em 2011, sendo 95% de ATVs e apenas 5% dos UTVs, por isso o desafio.

Gama de Produtos

Toda a linha off-road (ATVs e UTVs), com mais de 40 modelos – a maior linha do mercado – está a disposição dos consumidores. Os preços variam de aproximadamente R$ 9.000 a quase R$ 60.000, entre veículos de 50 cc e 850 cilindradas. Suspensão independente, tração nas quatro rodas, injeção eletrônica, refrigeração liquida e, em alguns casos, mais de 80 cv de potência, são os trunfos destes veículos para conquistar o consumidor brasileiro.

Os mais antenados – e apaixonados por motocicletas – também devem estar se perguntando da Victory e da Indian, duas marcas de motocicletas pertencentes à Polaris. Quando questionado, Lourenço logo tratar de informar que no momento, ou nesta operação, não há espaço para a vinda destas marcas.